Acusado de matar acreana queimada vai a júri popular hoje em Paranatinga: 'Não abro mão da justiça', diz mãe da vítima
Djavanderson de Oliveira de Araújo é acusado de matar e queimar Juliana Valdivino Silva, de 18 anos, em setembro do ano passado.
Por Administrador
Publicado em 10/07/2025 11:36 • Atualizado 10/07/2025 11:47
Paranatinga

O jovem Djavanderson de Oliveira de Araújo, ex-namorado e principal suspeito pela morte da acreana Juliana Valdivino da Silva, de 18 anos, vai a júri popular por feminicídio na próxima sexta-feira (11) em Paranatinga, interior de Mato Grosso, onde o crime ocorreu.

 

Juliana teve 90% do corpo queimado em setembro do ano passado. 

O início do julgamento está marcado para às 8h no horário de Brasília, na 1ª Vara da Comarca de Paranatinga.

 
 

A mãe de Juliana, Rosicléia Magalhães, contou que devido à família do réu morar no município onde ocorrerá o julgamento, ela foi orientada pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT) a acompanhar o júri por videoconferência na sala da advogada da família, em Rio Branco, sem se deslocar a Cuiabá.

Sobre a expectativa para o resultado do júri, Rosicléia afirmou que espera a punição de Djavanderson.

 

"Esse jovem, por mais que ele seja jovem, deixou de estudar, optou pelo crime e deve pagar pelos seus erros para que se torne um cidadão de bem. Então, precisa se arrepender dos seus atos para que ele seja promovido como um cidadão de bem. E eu não abro mão da justiça. Ele pagará pelo crime", avalia.

 

 

 

Investigação

 

Conforme a polícia mato-grossense, Juliana foi atacada pelo ex na noite do dia 9 de setembro quando foi até a casa dele. Segundo o delegado Gabriel Conrado Souza, foi apurado que no dia do crime Djavanderson foi até um posto de combustível da cidade e comprou álcool.

Mais tarde, ele atraiu a jovem até a sua casa, no bairro Jardim Ipê, onde jogou o líquido na jovem, a incendiou, e também acabou se ferindo. Ela passou 15 dias internada e morreu em Cuiabá, capital do Mato Grosso.

O suspeito foi preso 7 dias após o crime e também precisou ficar internado. À polícia, ele disse que havia, na verdade, tentado suicídio e o álcool acabou caindo na jovem. 

 
 

 

Dor e luta

 

Em janeiro, o acusado e pelo menos oito testemunhas foram ouvidos durante a audiência de instrução. A sessão chegou a ser remarcada devido a uma enchente que atingiu o município de Paranatinga.

A família de Juliana é assessorada pela advogada Elenira Mendes, que entrou como assistente de acusação no processo. Para a profissional, as provas retratam que o crime foi premeditado por Djavanderson.

 

Que haja condenação, em virtude de todo o conteúdo probatório que consta nos autos, desde a perícia, aos relatos, as mensagens, a premeditação, comprovada, baseada no depoimento também do frentista, que o reconheceu horas antes do crime”, afirmou a advogada Elenira Mendes, assistente de acusação e representante da família.

 

As investigações apontam que no dia 9 de setembro, Djavanderson criou uma narrativa para atrair a jovem até sua casa. Ele comprou 12 litros de álcool em um posto de combustíveis e esperou que ela chegasse ao local.

Na residência, ele jogou o líquido sobre a garota e ateou fogo. Ele também acabou se ferindo, e foi internado no mesmo hospital, onde ficou acompanhado por policiais.

Enquanto espera pela devida punição para o caso, Rosicléia diz que não quer que o caso seja esquecido. O objetivo da mãe é que casos de feminicídio no país sejam discutidos e, assim, combatidos.

 

 

“É uma coisa muito grave. É um dos crimes que tem acontecido no Brasil muito grave. E eu não quero que aconteça com outras pessoas, por mais que aconteça, a gente trabalha pra que não aconteça, a gente luta. E eu quero que esse caso da Juliana seja divulgado sempre que puder, pra que não seja esquecido, finalizou.
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